Testemunhos


Ana Paula Costa

Adjunta da Diretora do Agrupamento de Escolas de Caranguejeira – Santa Catarina da Serra

 

A música é uma forma de expressão universal e contribui para o nosso bem-estar. No contexto escolar, a música amplia e facilita a aprendizagem, pois ensina o aluno a ouvir e a escutar de maneira ativa e refletida, contribuindo para o desenvolvendo cognitivo, emocional e social. As atividades que envolvem um grupo que toca a mesma música sob a coordenação do maestro são um resultado impressionante de respeito pelo outro, de cumprimento de regras, de cooperação e trabalho colaborativo, que não é fácil de alcançar noutros contextos de aprendizagem.

Desde há 6 anos que o protocolo estabelecido entre a Escola de Santa Catarina da Serra e o Conservatório  de Música de Ourem e Fátima permite que os nossos alunos possam beneficiar do ensino artístico e especializado, existindo já uma grande experiência acumulada de trabalho conjunto entre as instituições. Esta oferta integrada tem representado uma enorme mais-valia para os alunos, a qual só é possível dada a excelente articulação entre as duas instituições, quer a nível pedagógico, quer no desenvolvimento de atividades.

Verificamos que os alunos que seguem o ensino artístico tendem a tornar-se, de um modo geral, mais concentrados, tranquilos, organizados, trabalhadores e responsáveis. Por outro lado, este protocolo tem permitindo a realização de atividades culturais conjuntas, que têm contribuído também para a aquisição de competências nas áreas artísticas, ajudando assim na formação integral dos nossos alunos.

Enquanto mãe de uma alunos que frequenta o ensino artístico na área da música, saliento o contributo deste processo de desenvolvimento de auto-estima e capacidade de comunicação.

Procurando potenciar os impactos positivos do ensino artístico e especializado, a Escola de Santa Catarina da Serra, em articulação  com o Conservatório, tem disponibilizado, dentro das suas possibilidades, espaços, materiais recursos e horários adequados para fomentar e motivar os alunos nesta área do saber. Uma consequência muito positiva deste trabalho entre as duas instituições prende-se com o efeito facilitado da divulgação e desenvolvimento da cultura musical junto da comunidade  em que a escola se insere e da qual faz parte.

Por todas estas razões, a Escola Básica de Santa Catarina da Serra continuará a defender junto da comunidade que o ensino artístico por ser uma opção com mais-valias para o percurso escolar dos alunos.

 

João José da Conceição Almeida

Presidente da CAP do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós

 

O Agrupamento de Escolas de Porto de Mós desenvolve atividades pedagógicas e educativas numa população escolar de aproximadamente 2670 alunos, desde a educação pré-escolar ao ensino secundário. Embora haja uma grande diversidade na oferta formativa, o ensino articulado tem conseguido implementar metodologias baseadas numa cultura de rigor e de excelência que aumentam de forma bastante significativa a qualidade educativa e o sucesso escolar, em paralelo com a flexibilização na organização das atividades letivas.

O Conservatório de Música de Ourém e Fátima, enquanto parceiro do Agrupamento, tem proporcionado a todos os alunos, da vertente música do ensino articulado, um enriquecimento de aprendizagens amplamente reconhecidas, tanto pelos encarregados de educação dos alunos envolvidos, como pela comunidade educativa em geral. Mas, a intervenção dos profissionais do Conservatório vai muito para além das atividades curriculares e do cumprimento do horário escolar que lhes estão adstritas, dados que a disponibilidade na organização de eventos próprios e a participação nas atividades e encontros promovidos pelo Agrupamento têm sido uma constante e a qualidade das atuações com que nos têm presenteado é amplamente reconhecida.

Mais recentemente o Conservatório conseguiu ir ainda mais além e a intervenção a nível do melhoramento de instalações escolares de uso comum, proporcionaram o estabelecimento de parcerias sólidas e a implementação de sinergias que nos deixam ainda mais confiantes no futuro. Sem sombra de dúvida que o Conservatório de Música de Ourém e Fátima já atingiu um patamar de qualidade que vai muito para além das parcerias estabelecidas e das atividades curriculares que desenvolve. 


Sara Pedro

Ensino Artístico Especializado - Regime Articulado
Professora de Canto

 

“Ingressei aos seis anos neste Conservatório, em violino por indicação da minha mãe. Fiz o percurso do 1º Ciclo e no 5º ano optei pelo Ensino Articulado de Música, onde estive até ao 12º Ano. O meu sonho e objetivo foi seguir o Ensino Superior e formar-me em Canto, adorava integrar uma grande ópera, adorava cantar nos mais reconhecidos teatros e coliseus.

Todas as crianças deveriam experimentar e aproveitar a oportunidade do Ensino Articulado. Quantas mais pessoas tiverem contacto com a Música, mais lhe darão valor, maior será o nosso nível cultural. Não se deve afastar uma criança daquilo que gosta. A não ser daquilo que lhe faz mal e a Música não faz mal a ninguém, só ajuda, só nos enriquece e pode significar uma carreira profissional de sucesso.

Tive os melhores professores, o método de ensino é exigente e rigoroso. É um Conservatório que nos pede muito esforço e isso leva-nos a dar o nosso melhor.

Esta é a minha vocação. A música para mim é tudo, é o que mais me dá prazer, não se trata de uma obrigação nem de um esforço, é aqui que eu sou feliz. Não me imagino noutra área e só tenho agradecer a oportunidade que tive em frequentar o Ensino Articulado. ”

 

Bruno Pereira

Curso Profissional de Instrumentista de Sopros e de Percussão – 2013/2016
Licenciatura em Tecnologia da Música
Escola Superior de Música de Lisboa

“Eu sempre quis ser técnico de som, já tinha o 4ºGrau em Bateria e inicialmente frequentava um Curso de Ciências e Tecnologias. O meu maior receio de mudar de curso era apanhar o ritmo das aulas, porque já tinha começado o Ano Letivo. Já sabia o que era um Curso Profissional e as expectativas eram altas, mas confesso que foi uma escolha difícil mudar de escola, de rotina, de vida e foi difícil adaptar-me, mas os professores foram fundamentais e decisivos nesse aspeto chegando a marcar aulas extra para conseguir apanhar a matéria mais teórica.

Gostei do Curso, do Conservatório de Música, dos professores e colegas. Há muita atividade e dinâmica – tínhamos muitos concertos, íamos a muitos lados (escolas, auditórios,… ).

Aconselho este curso independentemente do instrumento e é importante referir que os professores são excepcionais e hoje em dia me sinto muito à vontade com todos e com a preparação devida para o que aí vem. Ajudou-me imenso a nível musical e sinto tenho maior facilidade nas cadeiras musicais o que é óptimo, é excelente! Cresci a nível intelectual e profissional e este curso ajudou-me a vincar o que realmente quero.

O grau agora torna-se mais exigente e neste Curso Profissional de instrumentista de Sopros e de Percussão somos bem preparados, estudar e aplicar-mo-nos é fundamental. Temos de saber aproveitar todo o curso e o material que este nos dá.

O futuro ainda não é certo do que vou fazer depois desta etapa, mas olho para o meu percurso e sinto que tenho cumprido todos os objetivos até agora.”

 

Nádia Silva

Curso Profissional de Instrumentista de Cordas e de Tecla – 2013/2016
Licenciatura em Ciências Musicais
Faculdade Nova de Ciências Sociais e Humanas

“Entrei no Curso Profissional na vertente do instrumento piano em 2013, com o objetivo de seguir piano no Ensino Superior, mas ao longo do tempo fui percebendo que não era esse o meu caminho, apesar de adorar o instrumento e de continuar a tocar. Como sempre gostei bastante da parte teórica da música, percebi que, o melhor para mim seria mesmo seguir Ciências Musicais, que é um curso direcionado para a parte teórica da música.

No meu segundo ano do curso, fizemos uma visita de estudo à FCSH com a nossa professora de história da música e foi-nos feita uma apresentação do curso de Ciências Musicais e eu fiquei logo interessada no curso e na faculdade. Ao longo do nosso percurso, sempre nos foi dado a conhecer vários áreas da música que poderíamos seguir, sem ser necessariamente a vertente do instrumento. Nesse sentido, após perceber que não era “obrigada” a seguir a vertente de instrumento e de conhecer um vasto leque de áreas da música, comecei a deixar de parte a ideia de seguir piano.

O Conservatório tinha um ambiente muito íntimo porque éramos apenas duas turmas do curso profissional, então éramos todos muito próximos uns dos outros e toda a gente conhecia toda a gente. Quando estávamos a estudar, havia um “trabalho conjunto”, no sentido em que íamos ouvir-nos uns aos outros e dar a nossa opinião, o que era bastante saudável porque dava outro “entusiasmo” para o estudo e acabávamos sempre por tocar nos instrumentos uns dos outros num tom de brincadeira, portanto era um ambiente muito alegre. O que me deixa saudades não foi só no campo das amizades, mas sim também dos professores que sempre fizeram tudo o que podiam para nos ajudar. Os professores que não eram do nosso instrumento, passavam pelas salas onde estávamos a estudar e ajudavam-nos caso fosse necessário. O mesmo para os professores das aulas teóricas que sempre disponibilizaram material extra aula e estavam sempre dispostos para nos tirar dúvidas (mesmo fora das aulas) e muito atentos ao nosso percurso musical. Em relação ao corpo não docente, também nos recebeu ao longo do nosso percurso com bastante carinho. No geral, posso dizer que, fomos tratados com um carinho especial que deixa muita saudade, talvez por termos sido a turma “pioneira” do Curso Profissional de Música.”

 

Samanta Crispim

Curso Profissional de Instrumentista de Cordas e de Tecla – 2013/2016
Licenciatura em Música, Violino
Escola Superior de Música de Lisboa

“Quando vim fazer a inscrição para o Regime Articulado, na altura com 10 anos, deram-me vários instrumentos à escolha e optei pelo violino. Gostava mesmo de estudar violino, ficava mais concentrada  e prestava mais atenção ao mundo.

Gostava de seguir Música, mas a proposta dos meus pais era que escolhesse a área científica, para que pudesse seguir Medicina, e no 10º Ano assim foi.

Mas já estava decidida há muito tempo. Um dia entrei no carro e insisti com a minha mãe: vou seguir Música. Ela teve de escutar e concordar com a minha escolha.” Fã de Bach e Vivaldi, Samanta acabou por prosseguir nesse mesmo ano com o violino, no Curso Profissional de Instrumentista de Cordas e de Tecla e seu objetivo era seguir para o Ensino Superior.

“Gostava muito de tocar numa orquestra, ou até num quarteto ou ainda como solista. A Música faz-nos ver tudo de maneira diferente, pensar de maneira diferente. A Música dá-nos a conhecer mais sentimentos, sentimentos que às vezes experimentamos ao extremo.”